Acordas de peito apertado, sufocado pela agitação de
pesadelos que te invadiram o sono pela noite fora. Acordas e o primeiro impulso
que tens é procurar pelos braços que te fecham no encaixe perfeito do abraço. A
cama está vazia, quente, mas vazia.
- Onde estás que não te encontro?
Hoje não estás. Hoje não podes. Mas hoje queria encontrar-te
neste emaranhado de lençóis, queria contigo lutar contra a preguiça matinal que
teima em aparecer nestes dias cinzentos. Queria contigo perder essa luta e
prolongar a "ronha" de domingo. Não estás.
A muito custo levantas o corpo atordoado da cama e começas a
dar os primeiros passos do dia. Acordas e o batimento cardíaco continua
acelerado. Acordas, caminhas e o desejo é de caminhares por outros trilhos,
partires à descoberta de outros cantos e recantos deste pedaço de terra.
- Onde estás? Quero desbravar o mundo contigo hoje!
Não estás, não podes. Amanhã, talvez.
- Sabes, amar não tem hora marcada. A vontade de um abraço
não tem hora marcada, a necessidade de um carinho não tem hora marcada. Quero o
amor, o abraço, o carinho sem hora marcada. Porque a minha vontade, a minha
necessidade, o meu querer não mandam aviso prévio. Fica sem hora para ir, volta
sempre ao meu encaixe...Pela manhã, pela tarde, pela noite, sem hora marcada.
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