Estás e não
estás. E nesta correria de que a vida é feita, estiveste e agora já só vais
estando. Afinal onde estarás? Continuas ali, bem perto, na mesa de cabeceira
onde te deixei, na página onde parei de te ler. Estás e não estás porque os
meus dias já não se questionam onde estarás. Continuas na fotografia que
encontrei hoje, por acaso, e que não tive coragem de apagar. Não se apaga a
harmonia, vais continuar lá. Já não estás no bilhete que eu guardava tão
religiosamente. Perdi-te no meio desta mudança que se inscreveu na minha história. Já não estás nas ruas porque as minhas ruas são outras. Já não estás
na parafernália da noite boémia porque as minhas noites deram lugar à calmaria
do sofá e do chocolate quente solitário. Estás porque, queira ou não queira, um
dia estiveste. Não estás porque já não interrompes o meu sono nem me sussurras
ao ouvido aquele “fazes-me bem” intermitente . Estás e não estás. E nesta
correria de que a vida é feita, já só vais estando. Amanhã vou abrir-te na
página onde te deixei e ler-te até ao fim. Amanhã vais deixar de estar na mesa
de cabeceira. Amanhã vou arrumar-te num sítio que não doa.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Tu...doce veneno.
Tu, de pele
branca como a neve, de lábios rosados e olhar doce. Tu, que pareces saída
daquelas histórias da minha infância, um sonho, uma improbabilidade, uma
fantasia...Tu, de sorriso tímido, de gesto fácil. És um veneno! És o líquido
mortífero que eu quero que percorra as minhas veias. Tu, de abraço pronto,
eficaz e quente, tão quente que me consegue chegar à alma. Tu, que com toda a
sabedoria me vais alimentando esta sede de te querer, esta sede de te ter, esta
sede de te sentir. És um veneno, dos que atuam lentamente, que me vai consumindo
com um simples sorriso ternurento, daqueles que usas com a astúcia que escondes
por detrás dessa imagem sensível, frágil. Tu, de linhas perfeitas, de um todo
perfeito que aguças o meu desejo e me fazes querer-te sempre mais...tu, meu
pecado da gula. Tu, meu doce veneno.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Mudar dói
Fomos feitos para
nos adaptarmos. Fomos feitos para saber responder a situações inesperadas e que
tantas vezes nos fazem desdobrar em vinte. Fomos nós que exploramos o
território, e não satisfeitos procuramos explorá-lo e descobri-lo sempre mais.
Somos seres mutáveis e, mais do que nunca, adaptáveis, flexíveis. Crescemos,
aprendemos a viver com esta mudança constante e criamos estratégias, defesas,
calos...
- ”Mudar é bom!” –
Tem dias...
- ”Mudar faz bem”
– Às vezes!
- “Desde que seja
para melhor, mudar é sempre bom!” - O que é preciso é enxergar que a mudança é
boa, é positiva, é frutífera. Mudar faz bem quando se tem consciência disso.
Mas mudar assusta. Mudar leva-nos ao âmago das incertezas. Mudar mexe e deixa-nos mais despertos, mais atentos. O que é preciso é
crescer, aprender com as mudanças passadas e criar estratégias, defesas, calos
para mudanças futuras. Mudar vai ser bom, mas mudar dói.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Estás por todo o lado
Estás por todo o lado e eu não te consigo expulsar. Estás aqui, a toda a hora, e eu não te consigo
expulsar. Estás na mesa de cabeceira, naquele livro que deixei a meio por
estares lá dentro. Estás na gaveta da secretária por entre papéis e lembranças.
Estás nas músicas, nos filmes, na televisão... Invades as minhas noites, acordas-me e desapareces.
Até do meu cérebro tomaste conta, agora digo o teu nome sem o querer fazer.
Estás por todo o lado e eu não te consigo expulsar. Tenho deixado a porta
sempre aberta e tu vais entrando, assim, de mansinho e eu lá te vou deixando
ficar até quereres partir novamente. Deixo-a aberta e quando sais ficas entranhado no meu espaço. Deixo-a aberta e tu nem te despedes antes de ir
embora. Ultimamente tenho-a deixado encostada, reparaste? Hoje vou fechá-la. De
que serve manter a porta aberta para alguém que não quer entrar e ficar? De que
serve manter a porta aberta para quem procura uma outra? Hoje vou fechá-la, porque mais vale sofrer por não ter do que ter e não ter. Estás por todo o lado
e eu não te consigo expulsar. Hoje vou fechar a porta e deixar que o vento areje o meu espaço. Hoje vou fechar a porta e deitar a chave fora.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Let it go...
"It’s one of those things people say. ‘You can’t move on until you let go
of the past.’ Letting go is the easy part, it’s the moving on that’s painful.
So sometimes we fight it, trying to keep things the same. Things can’t stay the
same though. At some point you just have to let it go. Move on. Because no
matter how painful it is, it’s the only way we grow." Grey's Anatomy
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