quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Uma questão de semântica

"- Gosto de ti, mas não te amo - concluiu ele. - Mas o amor só atrapalha - acrescentou. Ela foi à casa de banho buscar a escova de dentes e os cremes. Tirou do armário a roupa que tinha levado para casa dele, enfiou tudo na mala que estava há três meses debaixo da cama e, muda, dirigiu-se para a porta. Ele seguiu-a, perplexo. - Amo-te, mas não gosto de ti - respondeu ela, entregando-lhe a chave de casa."

Tânia Ganho, 
autora de "Mulher-Casa", edições Porto Editora

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

2012

Janeiro - O início do fim
Fevereiro - Defesa da tese
Março - Paris
Abril - I Fórum ANFPT
Maio - Diversão
Junho - O reencontro
Julho - Se o arrependimento matasse...
Agosto - Suiça
Setembro - Regresso às origens
Outubro - Desilusão
Novembro - Agitação
Dezembro - Família

2013, que venhas mais cheio de sorrisos...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Amanhã vou arrumar-te num sítio que não doa


Estás e não estás. E nesta correria de que a vida é feita, estiveste e agora já só vais estando. Afinal onde estarás? Continuas ali, bem perto, na mesa de cabeceira onde te deixei, na página onde parei de te ler. Estás e não estás porque os meus dias já não se questionam onde estarás. Continuas na fotografia que encontrei hoje, por acaso, e que não tive coragem de apagar. Não se apaga a harmonia, vais continuar lá. Já não estás no bilhete que eu guardava tão religiosamente. Perdi-te no meio desta mudança que se inscreveu na minha história. Já não estás nas ruas porque as minhas ruas são outras. Já não estás na parafernália da noite boémia porque as minhas noites deram lugar à calmaria do sofá e do chocolate quente solitário. Estás porque, queira ou não queira, um dia estiveste. Não estás porque já não interrompes o meu sono nem me sussurras ao ouvido aquele “fazes-me bem” intermitente . Estás e não estás. E nesta correria de que a vida é feita, já só vais estando. Amanhã vou abrir-te na página onde te deixei e ler-te até ao fim. Amanhã vais deixar de estar na mesa de cabeceira. Amanhã vou arrumar-te num sítio que não doa.  

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Tu...doce veneno.


Tu, de pele branca como a neve, de lábios rosados e olhar doce. Tu, que pareces saída daquelas histórias da minha infância, um sonho, uma improbabilidade, uma fantasia...Tu, de sorriso tímido, de gesto fácil. És um veneno! És o líquido mortífero que eu quero que percorra as minhas veias. Tu, de abraço pronto, eficaz e quente, tão quente que me consegue chegar à alma. Tu, que com toda a sabedoria me vais alimentando esta sede de te querer, esta sede de te ter, esta sede de te sentir. És um veneno, dos que atuam lentamente, que me vai consumindo com um simples sorriso ternurento, daqueles que usas com a astúcia que escondes por detrás dessa imagem sensível, frágil. Tu, de linhas perfeitas, de um todo perfeito que aguças o meu desejo e me fazes querer-te sempre mais...tu, meu pecado da gula. Tu, meu doce veneno.     

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mudar dói


Fomos feitos para nos adaptarmos. Fomos feitos para saber responder a situações inesperadas e que tantas vezes nos fazem desdobrar em vinte. Fomos nós que exploramos o território, e não satisfeitos procuramos explorá-lo e descobri-lo sempre mais. Somos seres mutáveis e, mais do que nunca, adaptáveis, flexíveis. Crescemos, aprendemos a viver com esta mudança constante e criamos estratégias, defesas, calos...
- ”Mudar é bom!” – Tem dias...
- ”Mudar faz bem” – Às vezes!
- “Desde que seja para melhor, mudar é sempre bom!” - O que é preciso é enxergar que a mudança é boa, é positiva, é frutífera. Mudar faz bem quando se tem consciência disso. Mas mudar assusta. Mudar leva-nos ao âmago das incertezas. Mudar mexe e deixa-nos mais despertos, mais atentos. O que é preciso é crescer, aprender com as mudanças passadas e criar estratégias, defesas, calos para mudanças futuras. Mudar vai ser bom, mas mudar dói.