quinta-feira, 17 de maio de 2012

Devíamos ser sempre crianças, porra!



Devíamos ser sempre crianças, porra!
A simplicidade de um sorriso ao receber um doce.
Fazer das cerejas brincos.
Colar a boca nos vidros. As caretas. 
Atirar pedras ao rio.
Sujar as mãos de terra, de tinta, de cola.
A magia de um balão no céu.
O carinho no olhar ao ver aquela miúda que não sabe que transforma a nossa barriga num campo de borboletas.
A imaginação de quem corre campos de futebol e é sempre campeão.
A diversão com uns simples saltos numa corda ou elástico.
A ingenuidade nas palavras, nas perguntas (quase) sempre desconfortáveis para os adultos.
Os abraços sentidos até ao peluche.
O interminável desejo de que a brincadeira se prolongue no tempo.
A agilidade na resolução de problemas que, na verdade, nem chegam a ser problemas.
A partilha de uma goma, de um gelado, da caderneta do campeonato de futebol.
A oficialização de um amor num pedacinho de papel.
O doce entrelaçar das mãos refugiadas por um casaco no banco do jardim, no banco do autocarro.

Crescemos. Perdemos tudo. Porque é que não somos sempre crianças, porra?  

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