quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O querer...

Quero a luz do dia ao teu lado. 
Quero o abraço quente em manhãs frias. 
Quero o sorriso ao acordar, a lembrança a meio dia. 
Quero as saudades. 
Quero o aperto, o desejo de te ter, de te ver, de te abraçar apenas. 
Quero gargalhadas, quero limpar lágrimas. 
Quero o aconchego do teu colo. 
Quero viver tudo. 
Quero imaginar-nos amanhã, depois e depois.  
Quero ter-te hoje, amanhã, depois e depois. 
Quero não ter medo da tua carícia, não ter medo das mãos dadas. 
Quero andar por aí e não fazer nada acompanhada. 
Quero tardes de amor e noites de paixão. 
Quero um sopro no coração, um beijo no coração. 
Quero sentir os meus e os teus batimentos cardíacos. 
Quero o meu coração a correr desenfreadamente. 
Quero chorar na partida e apertar na chegada. 
Quero o mundo, percorrer e perder-me no mundo contigo. 
Quero o mundo só para nós. 
Quero aquele “click” no meio da multidão. 
Quero a luz da tua aparição. 
Quero o hoje, o amanhã, o depois e depois, contigo. 
Onde estás?  

sábado, 8 de junho de 2013

Amar não tem hora marcada

Acordas de peito apertado, sufocado pela agitação de pesadelos que te invadiram o sono pela noite fora. Acordas e o primeiro impulso que tens é procurar pelos braços que te fecham no encaixe perfeito do abraço. A cama está vazia, quente, mas vazia.

- Onde estás que não te encontro?

Hoje não estás. Hoje não podes. Mas hoje queria encontrar-te neste emaranhado de lençóis, queria contigo lutar contra a preguiça matinal que teima em aparecer nestes dias cinzentos. Queria contigo perder essa luta e prolongar a "ronha" de domingo. Não estás.
A muito custo levantas o corpo atordoado da cama e começas a dar os primeiros passos do dia. Acordas e o batimento cardíaco continua acelerado. Acordas, caminhas e o desejo é de caminhares por outros trilhos, partires à descoberta de outros cantos e recantos deste pedaço de terra.

- Onde estás? Quero desbravar o mundo contigo hoje!

Não estás, não podes. Amanhã, talvez.


- Sabes, amar não tem hora marcada. A vontade de um abraço não tem hora marcada, a necessidade de um carinho não tem hora marcada. Quero o amor, o abraço, o carinho sem hora marcada. Porque a minha vontade, a minha necessidade, o meu querer não mandam aviso prévio. Fica sem hora para ir, volta sempre ao meu encaixe...Pela manhã, pela tarde, pela noite, sem hora marcada.  

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A viagem

Vai, vive e voa nas asas da tua liberdade! Parte à descoberta, entrega-te ao desconhecido, atravessa mares, céus, terras...Vai! Mergulha nas profundezas do mundo, desse mundo que clama por ti. Vai e sente todos os odores, prova todos os sabores, enche a alma de recordações. Observa todos os detalhes, caminha por todas as ruas, sorri a cada sorriso, vive todas as vidas. Vai e respira a cultura, a tradição, a calmaria e a agitação de cada lugar. Vai e faz desses detalhes os retalhos da tua história. Vai, e a cada fim de viagem traça um novo destino. Vai porque o mundo é imenso e chama por ti. Então, vai, vive e voa nas asas da tua liberdade... 



5 de maio de 2013 (22h30)
Aeroporto di Bergamo (Milano-Italia)

terça-feira, 9 de abril de 2013

Ensina-me!

Ensina-me a não lembrar-te. Não é a ti, é à tua ausência! Ensina-me a não ter-te por perto, a não ter o abraço, o colo, o mimo. Ensina-me a sorrir de cada vez que eu olhar o teu lugar vazio à mesa, no sofá, na cama. Está vazio, na casa, no peito, no caminho...então, ensina-me a preenchê-lo. Ensina-me a não chorar de cada vez que me lembro de ti. Ensina-me a não procurar-te pela casa toda. Ensina-me a não lembrar-te a cada gesto, a cada objeto, a cada esquina...De que me valem as lembranças se elas não abraçam, não dão colo, não mimam?
Já se passou um mês e ainda te procuro, te choro e te sinto como um vazio. 
Ensina-me, por favor! Ensina-me que eu quero aprender. 


À mãe, à avó , à amiga...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Uma questão de semântica

"- Gosto de ti, mas não te amo - concluiu ele. - Mas o amor só atrapalha - acrescentou. Ela foi à casa de banho buscar a escova de dentes e os cremes. Tirou do armário a roupa que tinha levado para casa dele, enfiou tudo na mala que estava há três meses debaixo da cama e, muda, dirigiu-se para a porta. Ele seguiu-a, perplexo. - Amo-te, mas não gosto de ti - respondeu ela, entregando-lhe a chave de casa."

Tânia Ganho, 
autora de "Mulher-Casa", edições Porto Editora

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

2012

Janeiro - O início do fim
Fevereiro - Defesa da tese
Março - Paris
Abril - I Fórum ANFPT
Maio - Diversão
Junho - O reencontro
Julho - Se o arrependimento matasse...
Agosto - Suiça
Setembro - Regresso às origens
Outubro - Desilusão
Novembro - Agitação
Dezembro - Família

2013, que venhas mais cheio de sorrisos...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Amanhã vou arrumar-te num sítio que não doa


Estás e não estás. E nesta correria de que a vida é feita, estiveste e agora já só vais estando. Afinal onde estarás? Continuas ali, bem perto, na mesa de cabeceira onde te deixei, na página onde parei de te ler. Estás e não estás porque os meus dias já não se questionam onde estarás. Continuas na fotografia que encontrei hoje, por acaso, e que não tive coragem de apagar. Não se apaga a harmonia, vais continuar lá. Já não estás no bilhete que eu guardava tão religiosamente. Perdi-te no meio desta mudança que se inscreveu na minha história. Já não estás nas ruas porque as minhas ruas são outras. Já não estás na parafernália da noite boémia porque as minhas noites deram lugar à calmaria do sofá e do chocolate quente solitário. Estás porque, queira ou não queira, um dia estiveste. Não estás porque já não interrompes o meu sono nem me sussurras ao ouvido aquele “fazes-me bem” intermitente . Estás e não estás. E nesta correria de que a vida é feita, já só vais estando. Amanhã vou abrir-te na página onde te deixei e ler-te até ao fim. Amanhã vais deixar de estar na mesa de cabeceira. Amanhã vou arrumar-te num sítio que não doa.